Você já ouviu falar sobre atos inseguros e condição insegura? Sabe qual a principal diferença entre eles e qual a importância de se ter em mente os conceitos desses temas?
Resumidamente, os atos inseguros são aqueles provenientes de dúvidas do ser humano que podem colocá-lo em risco, gerando consequências a ele ou não, e as condições inseguras são aquelas onde o ambiente que o funcionário trabalha, fornece perigo e/ ou riscos para o mesmo, caracterizando-o como local inseguro para o trabalho.
Caso você nunca tenha ouvido falar sobre o assunto, nesse post iremos mostrar um pouco mais sobre o tema, seus conceitos, exemplos e aplicações práticas, assim como maneiras de se evitar tais atos e condições inseguras em seu ambiente de trabalho.
O que é ato inseguro?
O ato inseguro é conceituado basicamente como casos onde o empregado, funcionário ou colaborador é colocado em risco dentro do seu ambiente de trabalho, sabendo ele das possíveis consequências ou não.
Frente a esse conceito, tais atos inseguros são aqueles praticados pelo trabalhador, em seu ambiente de trabalho, podendo esses atos levar a consequências graves ou mais brandas, a depender do fator de risco que o trabalhador for submetido.
Quando ocorre um acidente de trabalho em consequência de um ato inseguro, na maioria das vezes é porque algum tipo de atitude individual do trabalhador não respeitando as normas técnicas de segurança, resultou em falhas que geraram o acidente. Esse ato inseguro pode ser uma decisão mal pensada, o mal uso de certos equipamentos e máquinas, a falta de foco e outros fatores relacionados exclusivamente ao trabalhador.
Qual norma regulamentadora fala sobre ato inseguro?
A norma regulamentadora responsável pelos atos inseguros é a NR 1, que representa as Disposições Gerais, onde fala que cabe ao empregador elaborar ordens de serviço sobre a segurança do trabalho com o objetivo de se prevenir os atos inseguros no desempenho das funções de cada trabalhador.
O que é condição insegura?
Ao contrário dos atos inseguros, a condição insegura é quando o local de trabalho do funcionário representa algum tipo de perigo para o trabalhador.
Quando chega a acontecer algum tipo de acidente de trabalho em consequência de condições inseguras, normalmente a causa do acidente são problemas na estrutura da segurança do trabalho, sendo na maioria das vezes responsabilidade da empresa.
Exemplos de ato inseguro
Existem vários exemplos de atos inseguros dentro de uma empresa, lembrando que tais atos são na maioria das vezes responsabilidade do próprio funcionário. Dentre os atos inseguros mais comuns no ambiente de trabalho, podemos citar:
– Levantamento de peso de maneira inadequada;
– Brincadeiras e falta de responsabilidade no expediente de serviço;
– Realização da manutenção das máquinas e equipamentos quando estão em funcionamento;
– Consumo de entorpecentes durante a jornada de trabalho;
– Utilização de ferramentas de forma improvisada;
– Realizar tarefas em ritmo intenso;
– Não uso ou uso incorreto dos EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual);
– Utilizar de forma incorreta as ferramentas e maquinários necessários para executar as tarefas do dia a dia;
– Inadequada execução de atividades, ou execução de atividades por empregados não autorizados.
– Falta de atenção e irresponsabilidade;
Exemplos de condição insegura
O número de exemplos de condições inseguras também é enorme, e vale lembrar que nesse tipo de evento, o problema se encontra nas dependências do ambiente em que o colaborador desempenha sua função, ou seja, o ambiente de trabalho que fornece perigo ao trabalhador. Dentre as condições inseguras mais comuns podemos citar:
- Equipamentos com proteção mecânica incorreta;
- Equipamentos com defeito ou parcialmente funcionais;
- Construções de risco, ou mal projetadas;
- Escadas ou pisos defeituosos e com desníveis, sem pisos antiderrapantes ou corrimão de segurança;
- Andaimes feitos com materiais inadequados;
- Falta de manutenção das máquinas e equipamentos;
- Fios desencapados, ferramentas espalhadas (como pregos, parafusos, grampos e outros) espalhados pelo ambiente de trabalho;
- Empresa não fornecer EPI’s e treinamento para o uso dos mesmos;
- Ventilação inapropriada;
- Extintor de incêndio vencido ou ausência deles;
- Janelas e portas de vidro ou de outro material quebrados;
- Falta de placas de sinalização de segurança;
- Falta de iluminação no ambiente de trabalho;
- Ruídos muito altos e constantes;
- Exposição constante ao sol ou poeira sem uso de EPI pelo não fornecimento dos mesmos pela empresa;
- Passagens perigosas, sem sinalização e segurança;
- Risco de explosão;
- Excesso de peso nas prateleiras e várias outras possíveis condições.
Ato inseguro não existe mais: mito ou verdade?
No ano de 2009 saiu uma lei que determinava que o ato inseguro não iria mais existir e que de agora em diante, o funcionário não seria mais culpado pelos acidentes do trabalho e somente as empresas iriam arcar com a culpa quando algo do tipo viesse a acontecer.
Atualmente acredita-se que 20% dos acidentes são decorrentes das condições inseguras e 80% sejam decorrentes de atos inseguros, o que representa um número muito alto para ser banido apenas com uma decisão.
Frente a esses dados, podemos observar que os trabalhadores são os maiores responsáveis pelos acidentes de trabalho, seja de forma consciente ou não, ou seja, as empresas não podem sozinhas arcar com tudo se estiverem de acordo com as normas regulamentadoras e fornecerem todo o equipamento e treinamento aos seus colaboradores.
Como evitar atos inseguros?
Na maioria das vezes é de responsabilidade do patrão ou gerente, identificar falhas e riscos existentes no ambiente de trabalho, fazendo de tudo para eliminar qualquer condição insegura do local, mantendo seus funcionários ilesos de qualquer acidente.
A fim de se evitar os atos inseguros, os funcionários nunca devem trabalhar com dúvida, devem estar sempre treinados e realizar treinamentos periódicos para saberem tomar decisões adequadas em momentos de pressão e instabilidade no trabalho.
Outra boa forma de enfrentar o problema dos atos inseguros é oferecer treinamento periodicamente para os funcionários, para que vejam a importância do uso dos EPIs, do manuseio dos equipamentos e acima de tudo mostrar-lhes a importância que têm para a empresa e para suas famílias, a fim de sensibilizá-los para cuidarem de sua segurança no momento que estiverem trabalhando e também no ambiente externo da empresa que atuam.