O trabalho a quente não é somente quando há chamas e faíscas abertas, mas a simples produção de calor excessivo também é considerado trabalho a quente.
Devido ao aumento das leis que protegem os empregados e a fiscalização intensa dos trabalhos considerados perigosos, muitas empresas e profissionais precisam ter conhecimento sobre os riscos e condições de prevenção de agravos que cada tipo de serviço apresenta.
A seguir, abordaremos o assunto trabalho a quente, sua definição, riscos e normas que envolvem os empregados que trabalham com esse tipo de atividade.
O que é considerado trabalho a quente?
O trabalho a quente é definido como qualquer atividade desempenhada por pessoal autorizado, que envolva fogo ou faíscas com potencial risco de explosões e incêndios.
Qualquer tipo de serviço que tenha riscos de desencadear explosões e incêndios, como serviços de soldagem, goivagem, esmerilhamento, corte, algumas áreas elétricas que possuem atmosfera inflamável, brasagem e outros são considerados trabalho a quente.
Quais os riscos do trabalho a quente?
Assim como o próprio nome e definição dizem, esse trabalho apresenta uma série de perigos e riscos que são extremamente prejudiciais ao ser humano.
Além do potencial risco de explosões e incêndios, os trabalhos a quente também estão sujeitos a graves riscos de queimaduras, sejam elas de primeiro, segundo ou terceiro grau.
Outros riscos associados ao trabalho a quente são: queimaduras oculares, problemas de pele, envelhecimento precoce, problemas articulares e outros.
Qual NR fala de trabalho a quente?
A Norma Regulamentadora (NR) que fala sobre esse trabalho é a NR-34.5. Nessa norma, estão contidas algumas regras que precisam ser seguidas antes de realizar os serviços como:
- Inspecionar o local criteriosamente para assegurar que o local de trabalho e as áreas próximas estejam limpas e livres de resíduos que possam causar combustão e que os mesmos estejam vazios dos funcionários que ali trabalham.
- Assegurar que o profissional que irá desempenhar o serviço seja capacitado e autorizada para executar a atividade.
- Tomar medidas de prevenção contra incêndios como: eliminar ou amenizar os potenciais riscos de incêndios; instalar proteção física contra o fogo; eliminar o pessoal que trabalha próximo ao local onde será realizado o trabalho a quente; inspecionar o local quando concluir o trabalho a quente para que não fique nenhum resquício possível de desencadear um posterior incêndio e outras.
- Observar as mudanças nas condições ambientais; renovar o ar sempre que possível para eliminar gases e vapores provenientes do trabalho a quente.
- Quando utilizar de gases para realizar o trabalho a quente, usar somente aqueles autorizados por lei, conforme as normas de segurança, utilizando sempre reguladores de pressão devidamente calibrados. Vale lembrar que quando trabalhamos com gases, nunca devemos improvisar pois o risco é muito grande.
- Em casos de trabalhos que envolvam eletricidade, lembre-se sempre de manter o aterramento adequado e utilizar equipamentos limpos e secos.
- Utilizar sempre os equipamentos de proteção individual assim como as roupas e acessórios especiais destinados a esse tipo de serviço.
Quem pode executar trabalho a quente?
Qualquer funcionário pode se tornar um trabalhador a quente (soldador, esmerilhador e outros) desde que faça um curso de capacitação profissional e tenha treinamentos periódicos.
Esses cursos de capacitação podem ser encontrados na internet ou podem ser ministrados pelas empresas que utilizam esse tipo de serviço.
Ao concluir a capacitação o funcionário terá seu certificado e estará apto para executar o trabalho a quente desde que tenha feito algumas horas de trabalho prático.
Procedimento operacional padrão
O procedimento operacional padrão ou POP é um documento onde estão contidas todas as informações sobre o planejamento de execução de determinadas tarefas.
Nesse trabalho, o Procedimento Operacional Padrão possui as seguintes informações:
Estabelecimento das áreas
Nesse tópico são estabelecidas as áreas onde o trabalho a quente é livre, permitido com restrições ou totalmente proibido.
A principal diferença entre essas três áreas é o nível de risco que cada uma apresenta, sendo as áreas livres de baixo risco e as áreas proibidas de altíssimo risco, logo não podem ser realizados trabalhos a quente nesses locais.
As áreas com restrições são aquelas onde há riscos, mas quando se retira algo ou alguém daquele local o serviço pode ser realizado desde que com extrema cautela.
Permissão de trabalhos a quente
Esse tipo de permissão é um documento que autoriza a utilização do trabalho a quente em determinado local. Esse documento deve conter as informações de precauções para antes, durante e após o trabalho.
A gerência da empresa ou local de trabalho deve elaborar um documento onde constam quem serão os autorizadores, os operadores e os observadores do trabalho a quente.
Todos eles devem preencher e assinar formulários de que são aptos para a realização do trabalho a quente.
Vale ressaltar que esse tipo de documento tem duração máxima de um dia podendo ser um pouco menos, pois tudo depende das condições do ambiente de trabalho e da natureza.
Uso dos formulários
Quando não é possível evitar o trabalho a quente, todos os funcionários envolvidos no trabalho devem preencher e assinar os formulários propostos pela empresa, seja ela própria ou terceirizada.
Garantia da política
Nessa última está a garantia de que todos os envolvidos irão cumprir com as normas de segurança estabelecidas para desenvolver o trabalho, independentemente de serem funcionários da própria empresa ou funcionários terceirizados.
Qual a validade do treinamento sobre trabalho a quente?
O treinamento tem durabilidade de aproximadamente 3 anos.
Passado esse tempo, é recomendado que o funcionário faça um novo treinamento, também chamado de reciclagem, onde o mesmo irá apenas dar uma renovada nos estudos e analisar se houve mudanças nas regras e medidas de proteção do serviço, pois algumas vezes há alterações nas normas regulamentadoras.
Outro objetivo dos treinamentos de reciclagem são manter a prática e dinâmica em momentos de pressão no trabalho, assim como na tomada de decisões rápidas.